A cidade não se faz só de ruas, anúncios, sinais, esquinas e muros, é também um espaço de memória, relação e convívio. Existe uma arquitetura sentimental, uma cartografia urbana subjetiva marcada no concreto e oculta na velocidade. Essa arquitetura invisível é feita de redes de relações; a cidade é um espaço compartilhado com o outro. No entanto, o espaço público é um lugar em constante ameaça, se entendemos público como esse conjunto de redes de participação e autonomia que conformam o território “de todos”, na diversidade dos seus aspectos sensíveis. Buscando diálogos com estes espaços possíveis, a arte atual manifesta o desejo poético e político de propor contribuições para futuros renovados que permitam que o senso de coletividade exerça-se na cidade, através de uma religação afetiva com os espaços degradados ou abandonados, com o que foi expulso ou esquecido na afirmação das capitais. Nesse contexto, multiplicam- se propostas relacionais, que se afirmam mais como processo do que resultado cristalizado, buscando inventar realidades possíveis, conjugando ética e estética no necessário exercício de encontro com o outro.

O projeto Trânsitos busca experiências de intercâmbio e relação com o espaço urbano, com o público e entre a própria equipe criativa; articulando estratégias de resistência frente à banalização promovida pela indústria cultural.

A primeira ação do projeto aconteceu a partir de 2010 com Desvios em Trânsito. A segunda ação começa em 2013 com Cidade Proibida; em 2015 estreamos Feito Criança, outra experiência da cena na rua.

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